quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Um cabo do Exército, um militar da Marinha e um agente socioeducativo do Degase foram torturados por criminosos no RJ

Um cabo do Exército, um militar da Marinha e um agente do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) foram torturados por criminosos da facção Comando Vermelho (CV) que controlam o tráfico de drogas no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, neste domingo, dia 31 de janeiro.

Os três trabalhavam também em uma cooperativa de táxi perto de um dos acessos ao conjunto de favelas e a Polícia apura a denúncia de que foram chamados para um "desenrolo". Uma outra versão diz que eles teriam entrado na favela para levar passageiros.

Abordados por cerca de dez homens armados com fuzis, eles foram levados para a localidade conhecida como Final Feliz e agredidos a coronhadas. Um agente de segurança do Degase de 40 anos conseguiu fugir após duas horas de agressões.

Ele escapou rolando por um barranco e se escondeu dentro de uma galeria de esgoto, onde permaneceu escondido até a manhã desta segunda-feira, dia 1° de fevereiro. Quando ouviu o barulho do blindado da PM, que chegava para uma incursão das unidades subordinadas ao 2° Comando de Policiamento de Área (CPA), saiu e pediu ajuda.

Há um ano no Degase, ele atualmente trabalha como motorista no Centro de Socioeducação Professor Antônio Carlos Gomes da Costa - unidade para internação feminina -, na Ilha do Governador.

Já o cabo do Exército Jorge Fernando de Souza não teve a mesma sorte. O corpo dele foi deixado no porta malas do veículo, próximo à sede da cooperativa, e encontrado na noite desta segunda-feira. Ainda não há informações sobre o militar da Marinha.

A Polícia vai apurar se um capitão-tenente que morreu na madrugada desta segunda-feira, no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, no bairro Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi a terceira vítima dos traficantes.

A Marinha do Brasil, através do Comando do 1° Distrito Naval, emitiu nota dizendo que o militar foi encontrado baleado no domingo - a princípio durante assalto -, na região de São João de Meriti - que faz divisa com o Complexo do Chapadão.

Quem tiver qualquer informação que auxilie nas investigações policiais deve ligar para o Disque-Denúncia, através do número 2253-1177. Não é preciso se identificar e o anonimato é garantido.

https://www.facebook.com/RobertaTrindadeRJ/photos/a.235058036537673.56367.224468437596633/1034554136588055/?type=3&pnref=story.unseen-section


O delegado titular DH, Fábio Cardoso, disse que a polícia já identificou alguns homens como suspeitos do crime. Inicialmente, foi divulgada uma versão de que as vítimas teriam sido torturadas, mas o delegado desmentiu essa informação.

"Os traficantes confundiram os dois como informantes, os famosos x-9. A investigação da DH mostra isso. Eles desapareceram no Parque Esperança e foram mortos no Final Feliz, ambos no Chapadão. Sabemos que usaram o Fox Preto de um deles para desovar os dois corpos. Não teve tortura, eles foram mortos a tiros", contou.

Elias Souza, pai de Jorge Fernando, diz que eles trabalhavam como taxistas em um ponto no Village Pavuna, na Zona Norte, e foram pegos por se recusarem a transportar traficantes em fuga.
"Durante uma operação policial no domingo à noite, os bandidos deram uma ordem para que os taxistas os retirassem da comunidade. Não foi a primeira vez que isso aconteceu. O meu filho e outros recusaram a ordem e eles levaram os motoristas a um determinado local do Chapadão. Balearam três. Um sobreviveu e outros dois morreram", diz.

A família de Jorge Fernando afirma que o corpo dele ainda está dentro de um veículo que se encontra no interior do conjunto de favelas. "As pessoas que viram disseram que o corpo do meu filho está dentro da mala do carro. Foi passada essa informação para a delegacia, mas a polícia ainda não foi lá. Eles (bandidos) afirmaram que se a polícia e a imprensa fossem envolvidas, sumiriam com o corpo. Falaram também que ao longo da noite de segunda-feira iriam liberar o meu filho, mas como até às 9 da manhã ninguém nos passou nada, resolvemos falar", desabafa.

O pai lembra que além de ser lotado no 25º Batalhão Logístico Escola, em Magalhães Bastos, Jorge Fernando era estudante de administração e praticava esportes. Elias Souza disse que pediu auxílio ao Exército, mas que não recebeu nenhum tipo de ajuda. "A minha esposa, mãe dele, foi no quartel onde meu filho serve. A informação foi passada para eles e não tivemos suporte algum do Comando Militar", finaliza.

O presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), João Luiz Rodrigues, contou que o agente levou coronhadas na cabeça e nas costas, depois rolou uma ribanceira e caiu na rede de esgoto, onde se escondeu por sete horas.

"No momento da queda, cerca de dez bandidos atiraram contra ele, mas não foi atingido por sorte. Ele se escondeu no córrego de esgoto porque conhecia o local, já que mora perto dali. Ele ficou cerca de duas horas em poder dos traficantes. Está apavorado", disse o presidente.

O Departamento Geral de Ações Socioeducativas informou que, por meio da Coordenação de Saúde do Departamento, prestará o auxílio necessário ao agente do Degase envolvido na ocorrência. Segundo o departamento, o servidor não sofreu ferimentos graves e receberá atendimento de psicólogos e assistentes sociais.

Procurado, o Comando Militar do Leste ainda não se pronunciaram sobre o caso. Já a PM afirmou ter feito operações constantes na região, mas garante não ter recebido informações sobre nenhum corpo encontrado na comunidade.

Amigos lamentam pelas redes sociais
Pelas redes sociais, amigos lamentaram a morte brutal do militar: "Apagaram seu sorriso mano, amigo de infância e depois de alguns anos amigos de trabalho, irmãos de farda. Descanse em paz meu parceiro, a ficha ta custando a cair". "Até quando mais irmãos vão ir embora desse jeito ? Que raiva pelo que fizeram com ele, era novo e um grande parceiro e teve um fim assim. Irá deixar saudades, Jorge Fernando Souza. Adeus, amigo e que Deus possa te encaminhar para o paraíso".

http://www.mancheteonline.com.br/cabo-do-exercito-esta-desaparecido-e-teria-sido-assassinado-no-morro-do-chapadao/

Outro desaparecido
Cleiton começou a trabalhar na cooperativa após dar baixa no ExércitoAlém de Jorge e do agente do Degase, outra pessoa também teria sido vítima de traficantes do Chapadão. O ex-militar do Exército Cleiton Felipe Macena de Souza teve seu desaparecimento registrado na 31ª DP. Ele também seria motorista da mesma cooperativa a que Jorge e o agente do Degase pertenciam.
Segundo um parente, Cleiton deu baixa no Exército em 2014 e ficou alguns meses desempregado. Foi então que um amigo o chamou para se juntar à cooperativa.
- A última vez que tivemos notícias dele foi na madrugada de segunda-feira. Ele saiu de casa depois de receber um telefonema de um colega da cooperativa - contou o familiar.

http://extra.globo.com/casos-de-policia/familia-diz-que-cabo-do-exercito-foi-morto-por-traficantes-no-rj-apela-para-resgatar-corpo-18588663.html

http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2016-02-02/militar-do-exercito-e-torturado-e-morto-por-traficantes-na-zona-norte.html



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