domingo, 21 de agosto de 2016

Direção persegue quem denuncia, diz agente da Fundação Casa em Franca

Monitor reclama de falta de respaldo diante de agressões de adolescentes.
Fundação Casa nega alegação e garante apurar com rigor todas as queixas.

Perseguição a funcionários diante de denúncias, insegurança e falta de apoio psicológico para as equipes são alguns dos problemas apontados dentro da Fundação Casa de Franca (SP) por um agente da unidade que prefere não ser identificado.


Em entrevista ao Jornal da EPTV, o homem relata que as agressões aos servidores por parte de menores - como a registrada esta semana durante um tumulto em uma sala de aula no complexo - são comuns, mas a direção não toma providências, mesmo quando o assunto chega à Corregedoria.

Na última quinta-feira (18), dois servidores ficaram feridos na confusão envolvendo sete adolescentes. O caso será alvo de uma sindicância e os menores são avaliados por uma comissão disciplinar.

"Infelizmente quando nós fazemos alguma denúncia lá, a própria Corregedoria liga para a nossa diretora aqui, para o encarregado de segurança, fala que o agente fez tal denúncia. Em vez de resolver o problema, o diretor e o encarregado ficam perseguindo o agente que fez a denúncia", afirma o agente.
Em nota, a Fundação Casa nega a prática de perseguição e diz apurar com rigor todas as queixas.

Agentes sem respaldo
O monitor afirma que o ambiente da Fundação Casa em Franca é caracterizado pela falta de autoridade dos funcionários diante dos adolescentes acostumados com a sensação de impunidade.

"O adolescente já vê isso. Tudo que ele faz lá dentro, pode ser de certo ou errado, nada vai acontecer, principalmente de errado. Fica tudo por isso mesmo. Se ele bater no agente, no outro dia ele está lá no convívio com outros adolescentes fazendo a mesma coisa", diz.

É comum, segundo ele, que os jovens se vangloriem das agressões que cometem. "Quando eles batem no agente ou educador, eles ficam mais fortalecidos lá dentro. Aí eles veem que nada pode acontecer, que a lei está a favor deles, que o agente nem se proteger pode, nem revidar pode, senão é processado pelo Estado. Infelizmente cada um vai empurrando com a barriga do jeito que pode", reclama.
Segundo o agente, há falta de respaldo e "vista grossa" para os problemas por parte da direção e das coordenações, principalmente na área pedagógica. Algo que causa prejuízos no ambiente familiar dos funcionários e, por consequência, na rotina de assistência.

"Como vou trabalhar diretamente com um adolescente? Eu tenho que passar a parte boa da vida pra ele. Como vou ensinar a eles?"

Fundação Casa
Questionada, a Fundação Casa negou as alegações de perseguição e informou que diante de qualquer tipo de denúncia a Corregedoria Geral apura "com rigor."
Destacou também que todos os servidores passam por capacitação em suas áreas na Escola para Formação e Capacitação Profissional (EFCP) e contam com acompanhamento psicológico. "Têm uma equipe psicossocial - uma assistente social e uma psicóloga - para dar qualquer tipo de suporte aos servidores", comunicou.

A Fundação ainda garantiu ter estrutura adequada para todos os internos, de acordo com a legislação competente. Segundo a direção, o centro socioeducativo em Franca atende 62 jovens, mas tem capacidade para 64.
"Das 6h às 22h, os adolescentes têm uma agenda multiprofissional que inclui atividades de escolarização formal, esporte, cultura, educação profissional, além do atendimento de psicólogos e assistentes sociais."

http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2016/08/direcao-persegue-quem-denuncia-diz-agente-da-fundacao-casa-em-franca.html


Um comentário:

  1. ESTA ADMINISTRAÇÃO VAI FALIR O ESTADO DE TANTA INDENIZAÇÃO QUE O GOVERNO TERÁ QUE PAGAR AOS FUNCIONÁRIOS.

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